quinta-feira, 16 de abril de 2015

SEMANA MUNDIAL DE PREVENÇAO AS ALERGIAS 

Dr. Antonio Carlos de Oliveira Biel - Alergista e Imunologista


A previsão da Organização Mundial da Alergia (WAO, do nome em inglês) é que o número de asmáticos chegue a 400 milhões em todo o mundo, em 2025. De acordo com a WAO, entre 30% e 40% da população mundial têm rinite alérgica, que é uma das manifestações mais frequentes da alergia. Cerca de 80% dos pacientes com asma têm rinite alérgica, “porque a mucosa é uma só”. A incidência está aumentando em função do crescimento da poluição.
No Brasil, a Asbai ( Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia )  Nacional estima que 30% da população sofram com rinite alérgica. A doença, que atinge 67% de pessoas na América Latina, tornou-se uma preocupação global e um problema de saúde pública. Segundo a WAO, o custo mundial da rinite alérgica é US$ 20 bilhões.
Embora a rinite não cause risco para a vida do paciente, ela diminui muito a qualidade de vida, fazendo com que as pessoas passem a dormir mal, faltem ao trabalho, tenham obstrução nasal com espirro e coriza, podendo levar à sinusite e a complicações. A asma pode ser grave, levando a crises sérias que têm de ser tratadas. “O que temos que evitar é que a pessoa entre em crise e que a doença seja controlada. Que a pessoa tenha uma qualidade de vida boa”. Para isso, existem medicamentos e tratamentos específicos.
A rinite alérgica é uma condição herdada dos pais, por meio da produção do anticorpo IgE. “Não é todo mundo que tem alergia. É preciso ter a predisposição genética”. Há, entretanto, tratamento por meio de medicação e com imunoterapia, com uso de vacinas, para diminuir a quantidade de IgE, com o objetivo de alterar a produção desse anticorpo no sistema imunológico. 
O principal fator desencadeante das alergias no Brasil é a poeira, que contém ácaros,  seguida dos fungos e da poluição atmosférica. “A pessoa tem que ter uma casa limpa, tem que arejar o ambiente na época do outono e inverno, as roupas usadas no ano anterior têm que ser lavadas antes de serem reutilizadas, e deve tomar os cuidados necessários para evitar exposição à poeira”.  Já existem medicamentos que são distribuídos gratuitamente para a população pelo governo federal, nas farmácias populares, como corticoides inalados e broncodilatadores inalados, com o objetivo de evitar a crise e tratar a doença. De acordo com a Asbai, o número de mortes evitáveis por asma no Brasil é estimado em 2,5 mil pessoas por ano.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Avanços no tratamento da Urticária

Dr. Antonio Carlos de Oliveira Biel
CRM - 98674

CENTRO AVANÇADO DE DIAGNOSTICOS EM ALERGIA E IMUNOLOGIA

ALERGOLOGISTA E IMUNOLOGISTA – CRM 98674

TITULO DE ESPECIALISTA EM ALERGIA E IMUNOPATOLOGIA CLINICA E MEMBRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ALERGIA E IMUNOPATOLOGIA – ASBAI
MEMBRO DA ACADEMIA EUROPEIA DE ALERGOLOGIA E IMUNOLOGIA – EAACI
RESIDENCIA MEDICA PELA UNESP DE BOTUCATU
GRADUAÇAO EM MEDICINA PELA FAMEMA – FACULDADE DE MEDICINA DE MARILIA –SP

IV Consenso Internacional para a Definição, Classificação, Diagnostico e Tratamento da Urticária
Berlim ,Alemanha


Em 2012, em Berlim aproximadamente 200 especialistas de 39 países reuniram-se e elaboraram, após analises criteriosas de literatura relacionada a Urticaria , recomendações para manejo da urticária. 
De todas as recomendações , só foram aprovadas aquelas que receberam ao minimo 75 % dos votos dos especialistas.






Por definição , pelo novo consenso, urticaria foi definida como uma doença caracterizada por vergões/urticas, angioedema ou ambos.
Classificada em Aguda ( duração menor que 6 semanas) ou Crônica ( duração superior a 6 semanas ). 
Subdividimos as Cronicas em Espontaneas ( com causa conhecida ou não ) e Induzidas ( fisicas , colinérgicas , de contato e aquagênicas ) . 
A historia clinica é o principal metodo diagnostico . O consenso recomenda que não se realize nenhuma rotina para investigar a urticaria aguda . 
Na urticaria cronica , só se deve investigar se houver bases sugestivas na historia que apontem para uma causa especifica. 
Nas urticaria induzidas devemos realizar testes especificos e padronizados para cada um dos tipos de urticaria fisica ou colinergica. 
A qualidade de vida é considerada um aspecto fundamental para o paciente com urticária. Recomenda-se o uso de questionários de qualidade de vida em urticaria cronica e Angioedema . 
O tratamento da urticaria visa o controle completo dos sintomas. Exclusão Dietetica são recomendadas apenas durante a investigação de pacientes com urticaria cronica espontanea que apresentem sintomas diarios ou quase diarios. Pacientes que tenham Immunocap ou Prick test positivos para alergenos alimentares devem eliminar esses alimentos da dieta se a sensibilização for relevante . 
O uso de Anti-Histaminicos de segunda Geração é recomendado como primeira linha no tratamento da urticária. Devem ser utilizados sempre na menor dose necessaria e nao apenas quando necessario. 
Podemos as vezes necessitar de doses 4x superiores a dose padrão, dos antihistaminicos de segunda geração, isso é preferivel a combinarmos diversos anti histaminicos diferentes ao mesmo tempo. 
Recomenda-se não usar antihistaminicos de primeira geração, exceto nos locais onde não haja disponibilidade dos de segunda geração. 
Os antileucotrienos são recomendados como segunda linha no tratamento das urticarias, sempre em adição aos anti histaminicos.
O omalizumabe e a ciclosporina, são considerados terceira linha do tratamento, tendo o omalizumabe demonstrado bastante eficacia nos pacientes com urticaria cronica refrataria a anti-histaminicos.
Os corticoides por periodos curtos são recomendados apenas como opção para exacerbações agudas.
Devemos sempre evitar o uso dos corticosteroides , mesmo que em doses baixas, no tratamento da urticarias. 

Em crianças e gestantes, o consenso recomenda o mesmo algoritmo para o tratamento da urticaria cronica utilizado em adultos, com cuidado com as doses para cada faixa etaria e dando preferencia para farmacos comprovados serem mais seguros para a gestação ( categoria B ) 
Há muito ainda a estudar sobre urticarias, epidemiologia , identificarmos fatores ativadores de mastocitos e basófilos, novos marcadores biologicos e histologicos e o impacto de disturbios psiquiatricos e psicossomaticos nas urticarias.