segunda-feira, 30 de maio de 2022

Quanto tempo dura uma infecção respiratoria ???



 Duração dos sintomas respiratorios nas infecções 



As tosses aguda como resfriados comuns e sindromes gripais , sabe-se que podem durar em média 10 dias, o tempo para que pelo menos 90 % das pessoas estejam assintomaticas é de no minimo 15 dias para os resfriados e ate por volta de 25 dias nas sindromes gripais . 




Nas laringites Agudas , a resolução é mais rapida , cerca de 2 a 3 dias , 80 a 90 % das crianças ja apresentam melhora dos sintomas ( tosse rouca , tipica tosse de Cachorro ) 






Nas otites , o tempo de resolução dos sintomas é um pouco mais longo , em media 8 a 9 dias . 






Nas amigdalites e tonsilites ( dores de garganta) duram em media 7 dias 




Nas bronquiolites agudas, tem um curso mais arrastado em torno de 14 a 21 dias para a melhora de 80 a 90 % dos sintomas.







Dr. Antonio Carlos de Oliveira Biel 

Medico Especialista em Alergia e Imunologia 

Adultos e Crianças 

RQE: 35782

segunda-feira, 23 de maio de 2022

MONKEYPOX VIRUS - VARIOLA DOS MACACOS

Informe Circular - CâmaraPox/Rede Vírus MCTI – nº01/2022


Informe RedeVírus MCTI acerca dos casos de infecção por “monkeypox vírus”, também conhecido como “varíola dos macacos” registrados no Reino Unido, Portugal, Espanha e Estados Unidos.

Casos de infecção por “monkeypox vírus”, também conhecido como “varíola dos macacos” foram registrados no Reino Unido, Portugal, Espanha e Estados Unidos em maio de 2022. A RedeVírus MCTI está atenta, acompanhando a literatura em relação a estes casos. Não há registros de varíola dos macacos no Brasil. 

monkeypox vírus é endêmico na África, embora casos esporádicos já tenham sido relatados nos Estados Unidos, após a importação de roedores, hospedeiros naturais desses vírus. O nome deriva da espécie em que a doença foi inicialmente descrita em 1958. A literatura relata que a transmissão do monkeypox vírus ocorre após contato com animais infectados. A transmissão entre seres humanos pode acontecer após contato direto com lesões ou secreções corporais. A transmissão por superfícies e objetos contaminados é possível.  O vírus penetra no organismo por pequenas lesões na pele (mesmo que não visíveis), pelo trato respiratório ou por mucosas (olho, nariz e boca). Nota-se também que a proximidade física com indivíduos contaminados é um evento importante para que haja transmissão. Não parece haver ainda evidência de transmissão sexual (ie. pelo sêmen ou outros fluídos genitais), mas mais provavelmente a transmissão pode acontecer pela proximidade com lesões ou por via respiratória durante o contato sexual.

Uma vez havendo contato com um caso suspeito, o tempo para início da doença varia entre 5-21 dias (mais provavelmente entre 7-14 dias). Os sintomas iniciais são de uma infecção viral sistêmica inespecífica (febre, mialgia, lombalgia, calafrios e prostração) que evolui com lesões epiteliais, especialmente pele. As lesões se iniciam 1 a 3 dias após o início da febre e começam com uma erupção cutânea que comumente se inicia na face e dissemina pelo corpo. As lesões cutâneas evoluem para lesões vesiculosas que se escarificam, assemelhando, portanto, a quadros de varicela (catapora).  As lesões são em geral múltiplas e se curam entre 2 e 4 semanas. Chama atenção a presença de linfadenopatia que pode ser extensa e precoce. De forma geral o prognóstico é bom e o cuidado geral e paliativo das lesões é o tratamento para os casos não complicados. As lesões e o escarificado das lesões são contagiosas e o vírus é bastante resistente na natureza, sugerindo cuidados extras com roupas de vestuário, cama e banho de um indivíduo infectado.

Além do diagnóstico diferencial com varicela (catapora), as lesões podem se assemelhar nas fases iniciais com as lesões secundárias de sífilis, mas a evolução é diferente com presença de linfadenopatia. No Brasil ocorre a vaccínia bovina, causada pelo “vaccínia vírus”, e cujos sintomas e lesões na pele são muito semelhantes ao quadro descrito para a varíola dos macacos. A vaccínia bovina, portanto, é um diagnóstico a ser diferenciado no contexto epidemiológico apropriado. As lesões de herpes (labial, genital ou zoster) se assemelham àquelas da varíola dos macacos e podem ser consideradas no diagnóstico diferencial. Nesse momento, casos potenciais de varíola dos macacos devem ser suspeitados em indivíduos retornando de viagem do exterior, com lesões de pele características (vesículo-pustulosas múltiplas que escarificam) e linfadenopatia, sem história de contato com outros indivíduos que tiveram varicela (catapora). Boa parte dos indivíduos que tiveram a doença nos países afetados eram homens jovens e que fazem sexo com homens. A suspeição diagnóstica nesse momento deve ser maior nesse grupo, mas não há evidência de transmissão sexual direta. 

A confirmação diagnóstica se dá por testes moleculares (RT-PCR) que detectam sequências específicas do vírus em amostras do paciente. Deve haver cuidado ao se obter essas amostras e as mesmas transportadas em recipiente lacrado e desinfectado na parte externa, devido ao potencial infeccioso dos mesmos. Neste sentido, as amostras devem ser enviadas ao LACEN de referência da localidade. 

 

A vacina contra a varíola (formulada com vaccínia vírus) provavelmente protege contra infecções causadas por monkeypox vírus, uma vez que existe sorologia cruzada entre os vírus do gênero Orthopoxvirus. No entanto, desde as décadas de 70-80, com a erradicação da varíola, a vacinação em massa foi interrompida. Não há medicamentos de rotina usados contra infecções causadas por monkeypox vírus. Não é recomendado debridar as lesões epiteliais causadas por este vírus, uma vez que infecções secundárias bacterianas podem ocorrer. Debridar lesões aumenta o risco de transmissão, uma vez que partículas virais são detectadas nas mesmas. O fato de poder haver transmissão respiratória também recomenda o uso de EPI respiratório ao lidar com esses pacientes.


Referências:

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  • World Health Organization website: https://www.who.int/health-topics/monkeypox/#tab=tab_1









FONTE : 

 https://www.gov.br/mcti/pt-br/coronavirus/camara-tecnica-temporaria-camara-pox-mcti/informe-circular-camarapox-rede-virus-mcti-2013-no01-2022