domingo, 19 de julho de 2015

ANGIOEDEMA HEREDITARIO- CONHECENDO UM POUCO SOBRE

O angioedema hereditário (AEH) é uma doença genética rara, autossômica dominante. Por ser uma característica dominante, os pais têm 50% de probabilidade de passar para seus filhos a mutação (alteração genética) no gene que causa o AEH
Os portadores de AEH apresentam episódios recorrentes e espontâneos de inchaços, conhecidos pelo termo angioedema (angio=vaso sanguíneo e edema= inchaço) que ocorrem nos tecidos cutâneos das extremidades, face, genitais, bem como as membranas mucosas do trato intestinal, laringe e outros órgãos internos. O inchaço da face, genitais e extremidades é geralmente doloroso, desfigurante e debilitante. Já as crises abdominais se apresentam com dor intensa, naúsea, vômito e diarreia, muitas vezes envolvendo ascite (acúmulo de líquido no interior do abdômen) e hipovolemia (perda excessiva de fluidos do plasma). As crises laríngeas podem levar à obstrução das vias áreas e podem ser potencialmente fatais, levando à morte por asfixia.
A estimativa de predominância do AEH é de 1 em 10 mil a 1 em 50 mil indivíduos mundialmente, sem diferenças relatadas entre gêneros ou grupos étnicos. Visto que o AEH é uma doença rara (responde por aproximadamente 2% dos casos clínicos de angioedema) e possui apresentação clínica pouco específica, é geralmente subdiagnosticado. Um terço dos pacientes com AEH não diagnosticados, que sofrem de crises abdominais, são submetidos a procedimentos cirurgicos desnecessarios porque seus sintomas podem simular condições emergenciais, que exigem intervenção cirúrgica.
O AEH é causado pela deficiência ou função inadequada do inibidor de C1 esterase (C1 INH), uma glicoproteína que controla a ativação intravascular do sistema do complemento, o principal mediador humoral do processo inflamatório junto aos anticorpos. O AEH é a deficiência genética mais comum deste parte do sistema imunológico.

 Não há cura para o AEH atualmente. Ao contrário do angioedema alérgico, as crises do AEH não respondem ao tratamento com medicamentos anti-histamínicos, corticosteroides ou epinefrina.
As atuais opções de tratamento para AEH visam propiciar rápido alívio durante as crises ou a prevenção dos sintomas em pacientes que têm alta frequência de crises (mais de uma por mês) ou que serão submetidos a procedimentos odontológicos ou cirúrgicos que podem desencadear uma crise.
As terapias são divididas em 3 classes
1.    Tratamento de crises agudas
2.    Profilaxia a longo prazo
3.    Profilaxia a curto prazo

O angioedema hereditário foi descrito pela primeira vez pelo médico alemão, Dr. Heinrich Quincke. A descrição foi feita em 1882 através de uma imagem. Assim, a doença foi nomeada como edema de Quincke. Em 1888, o médico canadense, William Osler observou que alguns casos apresentavam uma base hereditária e eram desencadeados por stress emocional. Com isso, ele inventou a termologia edema angioneurótico.

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