A rinossinusite (RS) é
caracterizada pela inflamação da mucosa do nariz e seios paranasais,
constituindo-se em uma das afecções mais prevalentes das vias aéreas
superiores, com um custo financeiro elevado para a sociedade. Por sua alta
prevalência, a RS é reconhecida e tratada por um número grande de profissionais
médicos, além dos otorrinolaringologistas, desde generalistas que trabalham na
atenção primária, bem como pediatras, pneumologistas e alergologistas.
No
Brasil, desde 1999, com a publicação do I Consenso Brasileiro Sobre
Rinossinusites, tem-se dado preferência ao termo RS em detrimento de sinusite,
até então mais comumente utilizado. Essa nomenclatura segue a tendência
mundial, pois dificilmente existe a inflamação dos seios paranasais sem o acometimento
da mucosa nasal.
A RS é
conseqüência de processos infecciosos virais, bacterianos, fúngicos e pode
estar associada à alergia, polipose nasossinusal e disfunção vasomotora da
mucosa. Entretanto, quando se usa o termo RS de forma isolada, costuma-se referir
aos quadros infecciosos bacterianos. As demais doenças acompanham o termo
principal. Daí utilizar-se a nomenclatura RS viral, RS fúngica, RS alérgica.
A RS
viral é a mais prevalente. Estima-se que o adulto tenha em média 2 a 5
resfriados por ano e a criança, 6 a 10. Entretanto, essa incidência é difícil
de se estabelecer corretamente, pois a maioria dos pacientes com gripes e
resfriados não procura assistência médica. Desses episódios virais, cerca de
0,5% a 10% evoluem para infecções bacterianas, o que denota a alta prevalência
dessa afecção na população geral. Em relação à rinossinusite crônica (RSC),
estima-se que 14% da população dos Estados Unidos seja portadora desta doença.
No Canadá a prevalência é de 3,4% em homens e 5,7% em mulheres; um estudo
coreano identificou uma prevalência de 1,01%. Essas discrepâncias estão
relacionadas aos diferentes métodos para o estudo epidemiológico. O estudo
americano foi realizado através de entrevistas com questionários padronizados;
o canadense, inserindo os indivíduos com diagnóstico firmado de RSC por
médicos; o estudo da Coréia, incluindo os pacientes submetidos à nasoendoscopia
e que apresentavam secreção mucopurulenta em meato médio. O Brasil carece de
estatísticas de prevalência e incidência relacionadas às RSs. Muita
controvérsia ainda existe sobre o tema RS, principalmente no que diz respeito
aos quadros crônicos. A rinossinusite aguda (RSA) é infecciosa por natureza,
enquanto a RSC é considerada multifatorial. Existem evidências crescentes de
que a RSC representa uma resposta imunológica e inflamatória do hospedeiro em
adição a uma infecção inicial. A obstrução dos óstios de drenagem dos seios
paranasais parece ter menos importância em sua fisiopatologia que nos quadros
agudos.
Outra
grande dúvida permanece quanto à patogênese da RSC associada à polipose nasal
(PN). Por que alguns pacientes com RS desenvolvem pólipos e outros não? Serão
doenças diferentes? A RSC é uma doença cujo tratamento melhor seria clínico ou
cirúrgico? A RS, por ser multifatorial, é uma doença ou deveria mais
apropriadamente ser chamada de síndrome?
O melhor a fazer ,
sempre, será ir ao médico especialista, e solicitar a investigação correta para
se instituir o melhor tratamento para cada caso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário