quarta-feira, 10 de novembro de 2010

ALERGIA ALIMENTAR X ASMA

Alergias alimentares (AAs) podem aumentar o risco de crises de asma, de acordo com os resultados de um estudo divulgado no Journal of Allergy and Clinical Immunology.

“Nosso estudo sugere que as alergias alimentares podem ser um fator importante, e até mesmo uma causa subestimada nas exacerbações da asma”, disse o autor líder do estudo, Dr. Andrew H. Liu, da National Jewish Health e da University of Colorado Denver School of Medicine. “Pessoas com alergia alimentar e asma devem monitorar atentamente ambas as condições e estar cientes de que elas podem estar relacionadas.”
Como parte da Pesquisa de Investigação Nacional sobre Saúde e Nutrição de 2005-2006, 8.203 participantes foram submetidos a medição de IgE sérica específica para amendoim, leite de vaca, clara de ovos e camarão.
AAs prováveis (AAP), AAs possíveis (AAPo) e AAs improváveis (AAI) foram determinadas através de IgE alimento-específica e de critérios baseados em idade, permitindo realizar estimativas em relação a AAs clínicas. Fatores demográficos de risco e relações com a asma e condições associadas foram determinados através de dados informados pelos próprios pacientes.
“Esse estudo tem uma base muito abrangente”, disse o autor sênior Dr. Darryl Zeldin, diretor clínico do National Institute of Environmental Health Sciences (NIEHS). “É o primeiro estudo a usar níveis séricos específicos e a considerar alergias alimentares ao longo de todo o espectro etário, de crianças entre 1 a 5 anos até adultos de 60 anos ou mais.”
A prevalência estimada nos EUA para AAs clínicas foi de 2,5%, incluindo amendoim, 1,3%; leite, 0,4%; ovo, 0,2%; e/ou camarão, 1,0%. Grupos com risco elevado de AAPo ou AAP foram os negros não hispânicos (odds ratio [OR], 3,06; intervalo de confiança [IC] de 95%, 2,14 – 4,36), homens (OR, 1,87; IC 95%, 1,32 – 2,66), e crianças (OR, 2,04; IC 95%, 1,42 – 2,93).
Comparados com participantes não asmáticos, aqueles com asma diagnosticada por médico apresentaram maior risco para todas as medidas de sensibilização alimentar. Participantes com AAP apresentaram OR ajustada substancialmente elevada para asma (3,8; IC 95%, 0,5 – 10,7) e para uma ida à Emergência devida à asma no ano anterior (6,9; IC 95%, 2,4 – 19,7).
Limitações do estudo incluem possível superestimativa da prevalência de AAs e incapacidade de determinar se alergias alimentares realmente causam crises de asma, ou se asma e alergias alimentares são ambas manifestações de um perfil alérgico grave.
“Dados sorológicos para 4 alimentos, baseados no perfil populacional, indicam que se pode calcular que 2,5% da população dos EUA tenha AAs, e foi encontrado um risco elevado entre indivíduos negros, pessoas do sexo masculino e crianças”, concluem os autores. “Além disso, AAs podem ser um fator subestimado de risco para asma problemática.”





J Allergy Clin Immunol. 2010;126:798-806.

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